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Seja num fim de semana dedicado ao campismo, em viagens de um dia até à praia ou para passar algum tempo no campo, o aumento das férias gozadas intra-fronteiras tem sido acompanhado por uma maior utilização dos nossos automóveis nessas escapadelas.
O próximo verão, devido às restrições impostas às viagens, poderá trazer consigo um maior número de pessoas ao volante dos seus automóveis, em vez de optarem por outros meios de transporte, sendo que, para algumas delas, estas viagens poderão representar uma tragédia. Todos os anos, crianças e animais de estimação sofrem insolações fatais depois dos condutores os deixarem esquecidos dentro dos automóveis, locais onde as temperaturas podem rapidamente exceder a temperatura exterior.
Para o efeito, a Ford desenvolveu uma nova tecnologia que foi pensada e concebida para ajudar os condutores. O Alerta de Ocupante Traseiro envia uma notificação ao condutor para que este verifique o banco traseiro sempre que as portas de trás tenham sido abertas no início de uma viagem.
O grupo de advogados KidsandCars.org considera que deixar crianças nos automóveis, bem como casos em que as crianças ficam presas nos habitáculos, depois terem conseguido entrar neles sozinhas, são comportamentos com um elevado risco de morte decorrente de episódios de hipertermia (insolação), reportando ainda que o corpo de uma criança sobreaquece três a cinco vezes mais depressa do que o de um adulto. Nos EUA ocorrem em média 39 mortes a cada ano, o que representa uma morte a cada nove dias. Já na Europa os casos são menos comuns, mas há registos recentes de fatalidades na Irlanda, em França e na Bélgica. Nestas situações, são os transeuntes que por eles passam que, por vezes, tomam as ações necessárias para evitar a ocorrência de uma tragédia.
O tempo quente também pode ser perigoso para os animais de estimação deixados dentro dos veículos. Entre 2009 e 2018, a RSPCA (Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals) registou 64.443 incidentes relacionadas com animais devido à sua exposição ao calor, em Inglaterra e no País de Gales. De acordo com a RSPCA Austrália, um cão, nestas condições, pode morrer em apenas seis minutos.
Como funciona:
Os especialistas aconselham os condutores a "olhar antes de trancar a viatura" para evitar que deixem inadvertidamente uma criança ou um animal de estimação no interior da viatura. O Alerta de Ocupante Traseiro atua como um auxiliar de memória nas ocasiões em que o condutor tenha aberto as portas traseiras do veículo no início de uma viagem. Nestes casos, a tecnologia é ativada após o veículo se encontrar parado e a ignição ter sido desligada.
Um alerta visual é apresentado no ecrã central do veículo durante dez segundos ou até ser cancelado. É também emitido um aviso sonoro, lembrando o condutor de verificar os bancos traseiros antes de sair do veículo. Para além de alertar para a presença de uma criança ou animal, o sistema pode ainda lembrar os condutores caso tenham colocado um objeto de valor no banco de trás, como um portátil ou uma mala de mão, que poderia ficar em risco de roubo se ali fosse deixado por esquecimento.
Na Europa, a tecnologia está disponível nos modelos EcoSport, Fiesta, Focus, Galaxy, Kuga, Mondeo Hybrid, Puma, S-MAX, Transit e Tourneo Connect. Está também disponível no novo Mustang Mach-E*, veículo totalmente elétrico que esconde ainda outras características inteligentes sob o seu teto panorâmico em vidro. Um revestimento especial no vidro ajuda a que o habitáculo dos modelos Mach-E, desde que otptativamente equipados com este tejadilho, permaneça mais fresco no verão e mais quente no inverno. Além disso, uma camada interior entre os vidros oferece proteção extra contra os raios ultravioletas.
Clique aqui para ver o vídeo do “bebé em gelo” demonstra os riscos associados.
A fim de realçar os perigos dos automóveis expostos a elevadas temperaturas, a Ford pediu a um escultor de peças de gelo para recriar um "bebé em gelo" e um "cão em gelo", colocando-os depois dentro de um carro nas suas instalações "Weather Factory", em Colónia, na Alemanha. Fora do carro, a temperatura foi ajustada para os 35°C, mas em apenas 19 minutos, as temperaturas no interior do carro ascenderam aos 50°C, fazendo com que as esculturas de gelo começassem a derreter de imediato.
Para os vídeos, o escultor profissional reproduziu, em gelo, um bebé de 12 meses, com uma chucha e um brinquedo, bem como um cão de raça Labrador, de tamanho normal, com uma coleira, sentado dentro de uma caixa de animais de estimação na traseira de um Ford Focus Wagon. Os testes nas instalações onde a Ford normalmente submete a sua linha de modelos a uma série de testes ambientais demonstraram como o efeito de estufa pode impactar os veículos. A radiação de ondas curtas entra pelas janelas, refletindo-se nos bancos e no tablier, aquecendo o veículo.
O Alerta de Ocupante Traseiro surge numa altura em que a posse de animais de estimação está em plena expansão. Desde o início da pandemia de COVID-19, 3,2 milhões de lares no Reino Unido adquiriram um animal de estimação.
Citações
“Todos nós já tivemos oportunidade de ver nas notícias as terríveis consequências que podem resultar de um momento de esquecimento. O Alerta de Ocupante Traseiro irá ajudar os condutores a lembrarem-se daquilo que pensam ser impossível de se esquecerem, deixarem uma criança ou um animal de estimação no banco traseiro”.
Joerg Beyer, Diretor Executivo de Engenharia, Ford Europa
“A morte de uma criança não tem paralelo pelo impacto que causa na família, nos amigos e na comunidade em geral, sendo que, neste caso, pode ser facilmente evitada. A temperatura das crianças aumenta três a cinco vezes mais depressa do que a dos adultos. Mostrar a rapidez com que um bloco de gelo pode ver-se reduzido a uma poça de água demonstra, realmente, os riscos que os condutores correm quando deixam uma criança num automóvel”.
Dra. Arianna Lopes Vieira, Médica de Família em Londres
“Nos últimos 18 meses, assistimos a um enorme aumento da posse de cães e com a maioria das viagens de férias a decorrer este ano a nível local, muitos donos podem vir a levar consigo, e pela primeira vez, os seus cães em longas viagens. Infelizmente, dado que os cães regulam a sua temperatura ofegando, num espaço fechado isto pode, de facto, aumentar os níveis de humidade e piorar a situação”.
Laura Morrison, Cirurgiã Veterinária da RSPCA Reino Unido
